domingo, 13 de outubro de 2013

Jornalista Pereira da Silva homenageia Lavoura e Vinícius pelo Centenário de ambos

Lavoura e o Poetinha

(por José Pereira da Silva, Pereirinha)

     São dois vultos que fizeram história, um na dedicação em tempo integral ao trabalho e o outro no campo da eterna poesia, do amor e da boemia. Ambos se destacaram e levaram para fora de nossas fronteiras o nome Brasil. Ambos simultaneamente, mas em campos diferentes. Lavoura destacou-se no campo do trabalho, da administração pública, da honradez e honestidade; Vinícius no da música, do teatro e da poesia, que dominaram sua vida e foi por ele dominadas. Quando destaco a honradez e a honestidade, no caso de Lavoura, não digo que o poetinha também não o fosse. Foi, sim, e muito.

     O prefeito Joaquim de Almeida Lavoura foi destaque no New York Times como o prefeito do Brasil que trabalhava de sol a sol, saia de casa ao nascer do sol e só se recolhia com a proximidade da madrugada de um novo dia, velando cada tostão arrecadado aos cofres públicos. Vinícius foi diplomata, mas era todo poesia. Poeta, letrista, dramaturgo e boêmio. Vivia a poética, amava a poesia, as mulheres e a boêmia.
2013 é o ano do Centenário de Nascimento do Prefeito Joaquim de Almeida Lavoura, cujo símbolo era a picareta como instrumento de trabalho; o símbolo de Vinicius era o copo de uísque, meio de estímulo à inspiração e alimento da musa que o enchia de vida, de amor e de alegria.

     Os dois foram universais, porque únicos na forma e no estilo. Lavoura destoou da prática do centrismo, da concentração de poderes na administração pública; enquanto Vinicius foi grande, ousado, ao trocar o conservadorismo do Itamaraty pela mesa do bar, do boteco e do candomblé, lançando suas vistas às águas do mar, aos requebros das belas mulheres, suas musas, coisas supremas e fundamentais para seu viver.
Foi assim que Lavoura e Vinicius ganharam a admiração do mundo.

     O prefeito Joaquim de Almeida Lavoura completou (é isso mesmo, gente!) 100 anos no dia 4 de abril e faleceu no dia 12 de novembro de 1975. Sua morte provocou comoções, levou o povo às ruas e seu sepultamento ganhou as páginas dos jornais da província, do país e do mundo.
O diplomata, o poeta e o boêmio Vinicius de Moraes completa 100 anos em 19 de outubro e faleceu dia 9 de julho de 1980. Celebrado no mundo como artista, letrista, teatrólogo, poeta e cantor (mas não como diplomata). A morte e o sepultamento de Vinicius de Moraes comoveu a sociedade carioca, do país e do mundo.

     Os dois – Lavoura e Vinicius – foram Orfeus em suas respectivas arte de viver e governar a vida.

(Pereirinha é Jornalista Alagoano, residente em São Gonçalo/RJ. É primeiro-secretário da ABI e da UNIJOR)

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